A cidade e a educação: um estudo sobre práticas pedagógicas e a formação cidadã

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v6i1-1420

Resumo

RESUMO: A educação não formal é um espaço de formação e aprendizagem de saberes para a vida, espaço este, sociopolítico, cultural e pedagógico. Nesse sentido, as ONGs e os movimentos sociais são os locais mais comuns onde ela ocorre. Partindo dessa premissa, o presente artigo teve como objetivo identificar, a partir da perspectiva dos jovens participantes, a efetividade das práticas pedagógicas do curso Juventude e Espaço Urbano, em uma ONG localizada na cidade de Recife, no estado de Pernambuco. Como metodologia utilizou-se a pesquisa qualitativa, tendo como instrumentos a observação sistemática e entrevistas com nove jovens periféricos participantes do curso. Já na análise dos dados coletados empregamos a análise de conteúdo segundo Bardin (2011). A partir do acompanhamento dos encontros formativos e das intervenções realizadas em suas comunidades, identificamos que a ONG utiliza como instrumentos pedagógicos a realização de oficinas, projetos, intervenções, autoavaliação e avaliação da turma.  A sistematicidade e a intencionalidade das educadoras sociais, ao realizarem os encontros, foi latente durante o período pesquisado e muito significativas para a efetividade da aprendizagem. Ademais, através das entrevistas identificamos o olhar do jovem para o curso e para a educação não formal, e percebemos como alguns jovens, por exemplo, não sabiam distinguir as práticas realizadas na escola e na ONG, enquanto outros constatavam grande diferença. Além disso, buscamos verificar a eficiência do curso na formação cidadã dos jovens participantes, principalmente através do engajamento gerado, assim como da conscientização dos mesmos sobre o espaço onde vivem. Portanto, verificamos a importância da educação não formal na vida desses jovens periféricos, uma vez que proporciona o conhecimento teórico e prático acerca do direito à cidade e das possibilidades de intervenção em suas comunidades, ampliando o olhar crítico deles para o espaço onde vivem, como também, as práticas pedagógicas empregadas no decorrer do curso, trouxeram liberdade, criticidade e acima de tudo autonomia para eles,  os auxiliando a propor projetos efetivos e ampliando o conhecimento que possuíam.

PALAVRAS-CHAVE: Educação não formal, Direito à cidade, jovens.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ANDRÉ, M. E. D. A. de. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 2008.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BATTAUS, D. M. de; OLIVEIRA, E. A. B. de. O direito à cidade: urbanização excludente e a política urbana brasileira. Lua Nova, São Paulo, 97: 81-106, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ln/n97/0102-6445-ln-97-00081.pdf. Acesso em: 25 nov. 2019.

BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2007.

FERNANDES, R. S. Formação de educadores e o trabalho na educação não formal: juventude, cidade e tempo livre. Revista Comunicações, Piracicaba, ano 19, n 1, p. 57-70, jan-jun. 2012. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/comunicacoes/article/view/1027. Acesso em: 30 nov. 2019.

FRANCO, M. A. do R. S. Prática pedagógica e docência: um olhar a partir da epistemologia do conceito. Revista brasileira de estudos pedagógicos, Brasília, v. 97, n. 247, p. 534-551, dez. 2016. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2176-66812016000300534&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 01 dez. 2019.

FREIRE, P. Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 2001.

GOHN, M. da G. Educação Não formal e Cultura Política: impactos sobre o associativo do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 2001.

GOHN, M. da G. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: avaliação políticas públicas na educação. Rio de Janeiro, v.14, nº.50, p. 27-38, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405.pdf. Acesso em: 04 out. 2019.

GOHN, M. da G. Educação não-formal na pedagogia social. In: I Congresso Internacional de Pedagogia Social, 1., São Paulo. Anais 1 Congresso Int. de Pedagogia Social, Faculdade de Educação: Universidade de São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000092006000100034&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 05 out. 2019.

GOHN, M. da G. Educação não-formal, educador(a) social e projetos sociais de inclusão social. Revista Meta: Avaliação, v. 1, n. 1, p.28-43, jan-abr. 2009. Disponível em: http://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/viewFile/1/5. Acesso em: 28 nov. 2019.

GOHN, M. da G. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010.

HARVEY, D. O direito à cidade. Revista Piauí. Edição 82. jul. 2013. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-direito-a-cidade/. Acesso em: 05 out. 2019.

HARVEY, David. A Liberdade da Cidade. In: HARVEY, D; MARICATO, E; et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo. Carta Maior, 2013.

HALL, P. Cidades do amanhã. São Paulo: Perspectiva, 2013.

IASI, M. A liberdade, a cidade e a consciência. In: HARVEY, D; MARICATO, E; et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo. Carta Maior, 2013.

LEFBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Editora Centauro, 2013.

LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas. Educar, Curitiba, nº. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n17/n17a12.pdf. Acesso em: 05 out 2019.

LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. de. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Editora Atlas, 2003.

MARICATO, E. O estatuto da cidade periférica. In: CARVALHO, C.S.; ROSSBACH, A.C. (orgs.), O Estatuto da Cidade: comentado. São Paulo, 2010. Disponível em: https://www.ifrc.org/docs/idrl/947PT.pdf. Acesso em: 03 out. 2019.

MARICATO, E. É uma questão urbana, estúpido! In: HARVEY, D; MARICATO, E; et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2013.

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Expressão Popular, 2009.

MINAYO, M. C. de S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: DESLANDES, S. F.; CRUZ NETO, O.; GOMES, R.; MINAYO, M. C. de S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

MINAYO, M. C. de S. Trabalho de campo: contexto de observação, interação e descoberta. In: DESLANDES, S. F.; CRUZ NETO, O.; GOMES, R.; MINAYO, M. C. de S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21 ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

RIBEIRO, L. C. de Q. Cidade e cidadania: inclusão urbana e justiça social. Cienc. Cult., São Paulo, v. 56, n. 2, p. 43-45, apr. 2004. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252004000200020. Acesso em: 25.11.2019.

SILVEIRA, D. T.; CÓRDOVA, F. P. A. A pesquisa científica. In: GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Orgs.). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

Downloads

Publicado

2021-01-31

Como Citar

Nery, M. Z., Natividade, C. M. do C. L. da, & Bona, V. de. (2021). A cidade e a educação: um estudo sobre práticas pedagógicas e a formação cidadã. Diversitas Journal, 6(1), 1243–1264. https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v6i1-1420